Estávamos sentados numa pedra grande, onde nem a grama alta
poderia nos tocar os pés,
não era verão, e nem estava sol.
O céu parecia um daqueles desenhos abstratos
que a gente tenta entender sem conseguir, as nuvens estavam
tão próximas que pareciam uma coisa só...
Não lembro mais da conversa, mas lembro de ouvir aquela voz rouca
me dizer:
- Você tem que imaginar longe.
- Como assim?
- Imaginando, você tem que imaginar longe, muito longe. Imagine um dia da sua vida, em um futuro distante, imagine algo que você queira muito e quando terminar de imaginar esse dia, volte ao presente e pense em tudo o que você tem que fazer para conseguir aquilo que você quer, para conseguir aquele dia que imaginou, o dia perfeito.
- Você faz isso?
- Sim, sempre que me levanto, imagino meu dia perfeito e luto por ele.
- Sabe o que não poderia faltar no meu dia perfeito?
- Não...
- Rosas, como aqueles jardins em casa, quando éramos crianças e todos os dias eram perfeitos...
- Então imagine rosas, jardins, aquela casa e uma vida sem preocupações...
- Você acha que nosso futuro poderá ser realmente assim?
- Só se começarmos a lutar por ele agora.
[é estranho como eu tenho a absoluta certeza de que sempre vou amar você.]