talvez eu nunca pare outra vez para lê-los,
de certa forma só enxergo outra pessoa naquelas letras
e pequenas são as palavras que um dia me definiram
e hoje eu me pergunto se ainda fazem sentido.
Talvez essa seja a raiz do meu medo,
medo de ainda não ser quem eu sou,
e se não sou quem serei, nada do que eu diga agora
servirá para o verdadeiro eu que surgirá,
e serão sempre as mesmas palavras pequenas de antes.
Hoje apenas voltei por enquanto,
por que sempre volto quando morro e preciso
nascer de novo...
Não consigo lembrar exatamente quanto
tempo tenho tentado manter as coisas funcionando,
ando lutando contra esse meu eu de agora,
engolindo as palavras erradas e em troca
ando ouvindo outras
que desencadeiam lágrimas,
que provocam mágoas
e mesmo me mantendo calada
nada,
nada,
NADA
está sendo como deveria ser...
Parece que não importa o peso da palavra,
se ela for pequena demais para ser
valorizada poderá terminar como os cadernos
antigos
empoeirados,
esquecidos,
sem sentido.
(Meu dia me fez ver que
quando duas pessoas dizem a mesma coisa, da mesma
forma e com a mesma intensidade, elas não se entendem...)