quinta-feira, dezembro 08, 2011

Liah;

Estava louco, obcecado, não pensava em mais nada. Fazia textos, desenhos e
pinturas sobre ela... Antes de sumir deixou um papel no jardim da casa em frente a sua,
um papel amarelado, onde se lia algumas poucas palavras, e a página rasgada, mostrava que o final havia sido arrancado, numa linha torta de papel úmido.
Foi a própria Liah, quem achou aquele bilhete em forma de poesia.

''Planto olhos no jardim;
a fim de que te vigiem durante a noite,
e por essas primaveras horizontais,
eles se abrem como flores.
Planejo o teu sequestro em silêncio e
desejo que essa espera tenha fim,
enquanto choro,
despejo palavras ao vento,
que arracam um pouco
da dor que há em mim,
Quero-te Liah, quero te esquecer...''

Liah guardou o bilhete sem pensar em quem poderia tê-lo
escrito e sem saber que o final daquela página que agora estava em seu armário,
se encontrava na casa em frente a sua, em cima de uma mesa empoeirada.

''...Agora Liah dança,
ao som do mundo que a cerca,
mas Liah desconhece a certeza
que a espera.
Quero-te Liah, quero te esquecer.
Quero-te minha e quero o teu querer.''