segunda-feira, agosto 27, 2012

O homem sem rosto;

O homem sem rosto
acredita ser melhor que todos.
Quebrando os vidros das janelas,
dizendo ter sido a tempestade,
ele quer uma desculpa para seus cortes,
ele aceita mentir se for por vaidade.
O homem sem rosto acredita ser melhor que todos.
Desenha labirintos para se perder
em si,
Ensaia palavras para manipular,
Inventa histórias para se fazer rir
e faz de conta que um dia soube amar.
O homem sem rosto
acredita ser melhor que todos.
Mas esse acreditar é pura invenção,
por que no fundo,
bem no fundo,
ele sabe
que todos os que foram embora
tiveram uma boa razão.






Palavras pequenas;

Os cadernos antigos continuam pegando poeira,
talvez eu nunca pare outra vez para lê-los,
de certa forma só enxergo outra pessoa naquelas letras
e pequenas são as palavras que um dia me definiram
e hoje eu me pergunto se ainda fazem sentido.
Talvez essa seja a raiz do meu medo,
medo de ainda não ser quem eu sou,
e se não sou quem serei, nada do que eu diga agora
servirá para o verdadeiro eu que surgirá,
e serão sempre as mesmas palavras pequenas de antes.
Hoje apenas voltei por enquanto,
por que sempre volto quando morro e preciso
nascer de novo...
Não consigo lembrar exatamente quanto
tempo tenho tentado manter as coisas funcionando,
ando lutando contra esse meu eu de agora,
engolindo as palavras erradas e em troca
ando ouvindo outras
que desencadeiam lágrimas,
que provocam mágoas
e mesmo me mantendo calada
nada,
nada,
NADA
está sendo como deveria ser...
Parece que não importa o peso da palavra,
se ela for pequena demais para ser
valorizada poderá terminar como os cadernos
antigos
empoeirados,
esquecidos,
sem sentido.


(Meu dia me fez ver que
quando duas pessoas dizem a mesma coisa, da mesma
forma e com a mesma intensidade, elas não se entendem...)




segunda-feira, agosto 13, 2012

...

Voltei a escrever,
pois quando não o faço dói.
Tem doído desde a última vez...