domingo, janeiro 31, 2010

perfil.

;o n u k i l a n d

Estou cansado de ser sutil, estou cansado de toda essa agressão.Não sou oriental, não, eu tenho síndrome de down entendeu?Não tenho vitiligo nem sou nazista, sou preto, sou negro ou o que for.Não pretendo ser apolítico,pretendo continuar assim:comunista indagador.Não sou descrente ou satanista, sou pagão, sou anti-religião.Não sou bissexual, sou hemafrodita, assexuado, desacreditado.

Não sou jotaroque, nem indie, nem punk, sou do rock sem vertentes.Posso parecer igual, andar igual, escrever igual e usar a mesma máscara de ponto final que vejo em todos vocês, mas não é bem assim; comigo não valem as mesmas regras, não faço parte do mesmo mundo, não estou na mesma sintonia de estagnação, não.

Estou evoluindo em uma reta uniforme, buscando expandir os limites e deixando para trás o que não me deixa evoluir, seja lá o que (ou quem) for.

terça-feira, janeiro 26, 2010

...

Andei cultivando lágrimas sem sentido e desejando
o passado que nunca volta,
lembrando de quando tudo era mais bonito e sem lembrar
que a vida se renova.
Mas pretendo ficar bem quando passar o desespero,
percebi então que sem luz até o mar fica negro.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

O que sobrou depois da chuva.


(Um pouco de hoje, para que eu não esqueça.)

Hoje não havia sono algum que me fizesse parar de pensar;
Aquela chuva de madrugada marcou alguma coisa em mim...
Alguma espécie de ''passagem'', como no término de um ciclo.
Foi ontem, parada na rua vendo a noite terminar entre relampâgos,
raios e trovões
que eu disse para mim: Chega, agora acabou de vez.
Mesmo sem saber sobre o que eu mesma estava pensando eu entendi,
Algo tinha acabado ali.
E então eu vi o dia nascer tranquilo, depois daquele turbilhão de
pensamentos e acontecimentos.
As nuvens estavam passeando pelo céu, exibindo aquele frescor depois da chuva
numa mescla de branco brilhante, azul e cinza chumbo.
E eu apenas olhava o mundo e sentia aquele vento gelado alcançando
o meu corpo molhado e me fazendo sentir um frio que talvez fosse
bem mais de dentro para fora, do que de fora para dentro.
Foi nessa manhã que eu senti essa vontade, não pela primeira vez,
mas com certeza muito mais forte do que todas as outras vezes:
A vontade de ter o mundo, a vontade de ir embora,
a vontade de não querer voltar para lugar nenhum.
Hoje eu feri a quem mais amo, quando eu finalmente disse:
Em pouco tempo, eu já terei ido e não há ninguém no mundo que me faça ficar.
Mesmo sem saber como tudo vai acontecer, eu sei, agora eu sei melhor que antes:
Tudo vai mudar.

I am not your rolling wheels
Eu não sou suas rodas girando
I am the highway
Eu sou a estrada
I am not your carpet ride
Eu não sou seu tapete voador
I am the sky
Eu sou o céu
I am not your blowing wind
Eu não sou o vento soprando em você
I am the lightining
Eu sou o relâmpago
I am not your autumn moon
Eu não sou sua lua de outono
I am the night
Eu sou a noite...
The night...

terça-feira, janeiro 12, 2010

Diários e Transtornos |5|

O Passado


Ás vezes eu acordo atordoado, procurando algum tipo de contato
que quase nunca encontro. Eu descobri que eu não sei estar sozinho, é quase
que uma decepção estar apenas comigo mesmo, como se eu fosse tão pouco.
Costumo chamar pessoas pro meu quarto, qualquer amigo, qualquer pessoa
que eu conheça, apenas para conversar sobre o que quer que seja. O triste apenas é
que, a maioria das pessoas não me dá as respostas que eu preciso, o conforto que eu tanto
quero e nunca tenho.
Se eu pudesse resumir minha vida, como uma sinopse de um filme, eu diria que ela é uma busca.
Mas nem eu mesmo sei o que ando buscando.
Como pode? Ás vezes acho que estou tão perto...Tão perto, perto de quê?
De nada talvez. Ou melhor: De nada com certeza.
Nem eu sei exatamente quando tudo perdeu o sentido, achei que fosse quando começei
com os primeiros erros, os primeiros vícios, mas não.
Antes disso, quando a vida ainda era uma 'perfeição', algo já incomodava como se nada estivesse
certo.
Não tenho muitas lembranças daquela pessoa que fui um dia, apenas lembro de ter sido
uma 'criança brilhante', como todos diziam.
Lembro de nunca ter tido nenhuma dificuldade na escola, lembro de nunca ter levado advertências
para casa, lembro de passar horas lendo e escrevendo, deixando os meus
pais orgulhosos de ter ''um filho inteligente'' lembro que tudo era fácil para mim, mesmo quando
eu fazia milhares de coisas ao mesmo tempo, eu era incansável.
Enquanto os meus pais se preocupavam com a rebeldia do meu irmão, 5 anos mais velho, eu estava
ocupado ganhando prêmios, eu estava ocupado sendo o melhor.
E tudo isso Para quê? Para minha mãe nunca aparecer na escola para me ver recebendo uma medalha,
mas estar sempre lá cada vez que o meu irmão batia em alguém, ou quem sabe para o meu pai nunca
ter olhado meu boletim por que estava ocupado procurando o Dan por onde quer que fosse.
Lembro pouco do Dan, lembro de não gostar dele quando eu era criança, por que eu sempre achava que
todo mundo gostava mais dele.
Só quando eu tinha, por volta dos treze que isso mudou. Viramos amigos, nem lembro o por quê.
Talvez por que ele tivesse parado de me ver como uma criança boba, talvez por que eu tinha crescido e
estava mais parecido com ele.
Lembro que foi nessa época que começei a sair e que começei a conhecer pessoas. Lembro que
eu acordava mais cedo e ia a escola contar a Leslie como tinham sido as festas, ou como o meu irmão Dan
era o dono do mundo. Que vergonhoso! Lembrar que eu era tão bobo assim.
Nesse mesmo ano meus pais se separaram, meu pai foi morar em outro lugar e minha mãe enlouqueceu
por ter dois filhos doentes. Seis meses depois
encontrei um bilhete do Dan que não entendi muito bem:

''A verdade é que eu tenho chorado muito por esses dias,
e sinceramente já não sei o por que disso.
Logo agora que meu coração estava dormente e vazio, isso.
Essa confusão de emoções, essas pessoas, esses acontecimentos.
Talvez, e apenas só talvez, se eu sentar e esperar
o mundo volta pro lugar.
O vazio pode voltar a me proteger...
Não, não, já não quero me render, agora eu quero aguentar.''

E soube por alguns amigos nossos que ele fugiu, foi pegar a estrada com uma banda que nunca ouvi falar.
No ano seguinte, 3 meses depois disso, um pouco depois do meu aniversário
de catorze anos, os pais de Leslie se mudaram para outro estado e eu sabia que não ia mais vê-la.
Eu estava então, sozinho.
Se fosse possível arrancar meu coração e parti-lo
em dois com as mãos, eu diria que tinham feito isso, pois doía como
se ele ja fosse dois pedaços sangrando no chão.
Naquela época até respirar incomodava, até respirar fazia meu coração doer.
Eu não lembro o quanto chorei, só lembro que chorei tudo ali, e nunca mais.
Esses foram os fatos que deram um ponto final nas minhas escolhas e que confirmaram que a
criança brilhante já não existia mais, e o que sobrou foi alguém que procura algo sem saber o que é.

...

A verdade é que eu tenho chorado muito por esses dias,
e sinceramente já não sei o por que disso.
Logo agora que meu coração estava dormente e vazio, isso.
Essa confusão de emoções, essas pessoas, esses acontecimentos.
Talvez, e apenas só talvez, se eu sentar e esperar
o mundo volta pro lugar.
O vazio pode voltar a me proteger...
Não, não, já não quero me render, agora eu quero aguentar.

domingo, janeiro 10, 2010

...

''Se fosse possível arrancar meu coração e parti-lo
em dois com as mãos, eu diria que tinham feito isso, pois doía como
se ele ja fosse dois pedaços sangrando no chão.''

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Diários e Transtornos |4|

A volta

Mais uma daquelas festas de sempre, mais um conjunto de flashes rápidos
e distorcidos que se multiplicam em luzes multicoloridas e sons misturados...
E o tempo? O tempo tem vida própria, as horas passam num segundo e
alguns segundos se arrastam em horas, só quem já esteve assim sabe como é;
quando a sua mente diz uma coisa e seu corpo faz outra, quando você não está
mais no controle de nada e já não enxerga mais ninguém.
Sorrisos. Sorrisos, talvez falsos sorrisos que se fazem de verdadeiros apenas
por um tempo e depois viram arrependimento e fim.
Não sei quanto tempo eu levo para voltar a ser eu mesmo, preso nessa realidade
da qual não escolhi viver, assim que sinto minha consciência gritar comigo, eu vou embora.
A única coisa que tira um pouco o arrependimento que sinto é dirigir de madrugada.
Nada é melhor do que a sensação de estar livre em uma estrada deserta; numa rua sem fim.
Eu costumo abaixar o vidro da janela e colocar a mão pra fora sentindo o vento gelado se perder
entre os meus dedos trêmulos, eu costumo não respeitar os sinais que dizem que eu devo parar
quase como se fosse um desafio: Eu vou direto e rápido e constante.
Quase nunca vejo ninguém, mas sempre que vejo uma ou duas pessoas perdidas nas calçadas eu procuro
olha-las e pensar por que estão ali e seus rostos sempre me dizem algo, os rostos da madrugada tão
perdidos como eu mesmo...
E as luzes que vão se apagando, nas casas ou nos apartamentos me fazem pensar quem estaria
indo dormir agora, essa pessoa seria mais feliz que eu?
Quando minha mente começa a me questionar eu procuro não pensar mais, coloco
o som no último volume e continuo a dirigir.

''I'm a shockwave and I don't need anyone
I'll follow my ways 'til the day I die
I'm a shockwave and I'll take your fuckin' life
Don't mess with me I'm a shockwave ready to kill...''


Quase sempre esqueço tudo isso, quando chego em casa.

sábado, janeiro 02, 2010

...

'But I'm not too sure
How I'm supposed to feel
Or what I'm supposed to say
But I'm not, not sure,
Not too sure how it feels
To handle every day
And I miss you love...'


'Mas eu não tenho muita certeza
Como eu devo me sentir
Ou o que eu devo dizer
Mas eu não tenho, não tenho certeza
Não tenho muita certeza de como sentir
Lidar com isso todo dia
E eu sinto sua falta amor...'


Diários e Transtornos |3|

A Lembrança

É engraçado como as lembranças das pessoas simplesmente surgem na nossa
cabeça, como uma foto que cai do meio dos livros que estamos arrumando sem motivo.
Do nada somos transportados para outros lugares, para outras memórias e somos capazes
de nos sentir exatamente como nos sentimos num passado que já não existe mais.
Ao sair do banho eu liguei o rádio e antes de colocar qualquer cd da mesa, uma música começou
a tocar em uma estação qualquer exatamente nessa parte:

"...But I'm not too sure how I'm supposed to feel
Or what I'm supposed to say, but I'm not, not sure
To handle every day and I miss you love...''


Senti como se milhares de fotos estivessem caindo, e como se em cada uma delas algo estivesse
escrito, algo que eu já não era capaz de me lembrar exceto por agora, por esse
exato momento onde tudo veio do nada.
É estranho me lembrar daquela época, a sete anos atrás minha casa era a mesma, minha rua e
minha cidade eram as mesmas e eu era outra pessoa.
Com doze anos eu era um ninguém que não ia a lugar nenhum, e quem me olhasse indo
para a escola de bicicleta diria que eu era completamente igual a maioria
das pessoas... Roupas iguais, gostos iguais, QI igual.
Só uma pessoa sabia que eu não era nada daquilo que todo mundo podia ver, a única pessoa da minha
classe que falava comigo, a única menina no mundo que fazia qualquer garoto correr de medo.
Leslie não era exatamente o que eu chamaria de amiga, na verdade nós não nos falávamos muito, mas éramos capazes de
entender muito bem o silêncio um do outro.
Nos aproximamos mesmo, quando numa tarde descobrimos que éramos eu e ela contra todo mundo,
éramos o que eles chamavam de 'esquisitos', 'anormais' e outras palavras cruéis que vinham sempre
das mesmas crianças burras.
Ela gostava de cantar essa música quando estava distraída, talvez pensando em algum menino que gostava,
ou talvez apenas lembrando de algo como eu estou fazendo agora.
Junto com Leslie eu começei a entrar nesse mundo sem volta, nesse mundo das pessoas que se trancam em
si mesmas e esquecem o sentido das coisas...
Lembrei da garrafa de uísque que roubamos do pai dela, lembrei dos cigarros que ela me ensinou a tragar,
lembrei dos dias que fugimos da escola e ficamos pela rua, andando sem direção...
As lembranças de Leslie me fizeram rir um pouco, mas ela foi apenas o começo do meu caminho torto.
A música acabou e meu celular começou a tocar e eu só queria sair um pouco e me esvaziar novamente de lembranças bobas.

Diários e Transtornos |2|

A Ligação


Acordei com a tontura de todos os dias, acordei com a mesma dor de cabeça
que me persegue desde que minha vida virou essa sequência
de atos automáticos e vazios.
No meu quarto a mesma bagunça da semana passada e de antes disso,
e de sempre. Ás vezes acho que os pôster da porta está vivo, parece que o Steven*
olha para mim e diz:
-Ei, eu tenho uma vida apesar do que aparento, e você?
Talvez eu seja mesmo um fudido, mas eu estou em um labirinto sem saída e no
momento meus atos não me afetam. (Acho melhor pensar assim.)
Minha mãe sempre abre a porta do meu quarto como se fosse entrar numa zona
de guerra, abrindo a porta devagar e pisando na ponta dos pés e sempre me olha
como se eu fosse um cachorro doente ou algo assim.
-Telefone. - Disse colocando meu celular na mesa e fechando a porta.
Levantei rápido, vi o quarto girar, meu estômago embrulhou, tropeçei no coturno,
quase caí, peguei o celular, sentei no chão.
Passei por um daqueles momentos da vida em que se você pudesse prever o que
estava prestes a acontecer teria ficado no mesmo lugar, teria interrompido a ação, teria
feito o contrário. A única palavra que eu disse foi 'Oi' e depois disso eu apenas ouvi,
era uma voz feminina da qual eu não lembro de ter ouvido outras vezes e parecia um
tanto quanto irritada e talvez até mesmo triste. Ela dizia coisas que eu era incapaz de entender
não só por não saber exatamente do que se tratava, mas também pela importância que ela
colocava em atos sem significado para mim. Entre gritos e príncipios de choro dela eu perguntei:
-Ok, mas quem é você?
Quando ela se calou, eu pensei que devia ter feito algo errado mas fiquei contente por ela ter ficado
quieta, e depois de alguns segundos de silêncio a voz voltou a falar gaguejando entre soluços:
- 'Sentimentos morrem dentro de nós,morrem e não voltam a nascer.'
E então ela desligou o telefone chorando.
Pensei naquela frase durante uma hora sentado no quarto:
''Sentimentos morrem dentro de nós, morrem e não voltam a nascer''
Cheguei a pensar que eu poderia muito bem ser um monte de sentimentos mortos; mortos e
enterrados; mortos para sempre, e se eu era capaz de viver bem assim, aquela menina também
seria um dia. E então apaguei o registro da chamada e fui tomar banho; afinal já estava anoitecendo.


*Steven Tyler.

...

/Sentimentos morrem dentro de nós,
morrem e não voltam a nascer.

Diários e Transtornos |1|

No Telhado.


Por ser admirador do caos, talvez eu seja também um alcoolatra
qualquer caindo nos mesmos erros, que costuma celebrar o nascer do
dia em cima do telhado depois da chuva, olhando
as nuvens que mudam de cor devagar no horizonte
é tudo tão azul e rosa e dourado...
Costumo ouvir a mesma música, costumo achar sempre
que conheço muito o mundo, costumo a fitar o céu sem fim
e pensar que uma hora tudo vai melhorar, mesmo sem ouvir ou ver
nada ou ninguém capaz de me dizer algo bom, eu sempre fui assim:
Decidido a depender apenas de mim.
A bebida agora é quente e amarga, tão diferente de como estava
a algumas horas atrás, quando este dia ainda estava longe de nascer
e eu ainda estava cercado de sorrisos e promessas de pessoas
que não importam.
Agora aqui, me sinto tão longe de toda aquela 'felicidade instantânea',
Tão longe de toda aquela loucura que faz o sangue correr pelas veias...
Tão longe de tudo e tão perto de mim.
Talvez eu seja como essa rua vazia e molhada, tão sombria quando
não há ninguém por perto e tão convidativa quando o sol surge e as pessoas
chegam.
Mas esse é um pensamento que quero abandonar, afinal apenas eu mesmo
importo pra mim e eu não posso sequer pensar que estou me sentindo só.
Termino a última garrafa, jogo fora o que restou do último cigarro.
O sol começa a aparacer,
Me despeço da noite e da sua magia, é hora de dormir.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Penso...

...E indago e discordo
logo existo,logo critico,logo vivo!
Queria eu poder também, abandonar essa
sequência de erros.
Queria eu ir além e multiplicar esses poucos
acertos.
Queria eu falar mais e ouvir menos,
Queria eu viver apenas de problemas pequenos.
E se eu pudesse sequer pensar nessa utopia
eis aqui tudo o que eu faria:
Rasgaria as máscaras da falsidade e viveria apenas
por mim, por nós e também pela verdade.