quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Em segundo, A luta.

Nos últimos meses todos os que me cercam só ouviam de mim palavras como: doente, hospital, coração, soro, sangue, fraco, médico, sonda, morrendo.morrendo.morrendo... Com certeza essas últimas eram as que ecoavam com mais peso, eram as palavras que rasgavam minha alma em duas.
E eu então numa luta disfarçada de carinho, num medo disfarçado de sorriso despreocupado, só conseguia me apegar mais e mais... Me apegar a essas mãos trêmulas e a este cabelo cheio tão branco e tão brilhante como a lua numa noite sem estrelas, logo eu só consigo amar mais e mais...Amar esse rosto envelhecido de um sorriso largo que joga no ar uma inteligência lúcida de 86 anos de vida.