quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Em último, o agora.

E hoje eu me encontro na mesma varanda, no mesmo lugar onde eu costuma brincar e te ouvir, com a cabeça encostada na mesma parede de pedras, olhando através da porta da varanda para o mesmo portão antigo e chorando por ser incapaz. Sim, por ser incapaz de lutar contra o tempo, por ser incapaz de conviver com a frase: Todos temos nossa hora. hora, hora e hora sempre ele, sempre: ''O Tempo''.
Estou aqui, vendo o sol da tarde passando pela grade e deixando sombras que desenham formas onduladas no chão e ainda olho para a mesma rua que à seis horas vi você partir no banco de trás do carro.
E agora, depois do último telefonema, sei que não vou te ver chegando, entrando pelo portão já conversando como sempre faz.
Uma terceira internação em tão pouco tempo, outra vez 'o tempo' esse mesmo que não sei como derrotar, ou inteferir ou fazer voltar.
Você pode viver por mais alguns anos, ou por mais alguns minutos. Isso nunca terei como saber. Mas o que eu nunca poderia deixar de pensar é que você VIVEU, viveu por suas idéias, ainda vive e viverá por elas até o fim.

E este é o meu orgulho, de poder seguir seus passos.
Eu te amo muito, muito mesmo vovô.