domingo, novembro 28, 2010

Accepting the end;


Era mais uma daquelas tardes frias, era mais um daqueles dias vazios.
Andei até o final da rua e entrei em um daqueles cafés onde se colocam livros nas
estantes, onde você pode tentar se distrair com algo simples...
Eu não estava na minha cidade, eu já não estava na minha vida, meu celular estava
desligado a dias e eu fora da minha realidade a tempos.

Não sei bem ao certo quanto tempo fiquei sentado até sem perceber,prestar atenção na
conversa das duas mulheres na minha frente.
A certa altura da história uma disse:
''Fui ao médico ontem e a melhor coisa do mundo foi ouvir outro coração batendo em mim, realmente algo está crescendo em mim.''

Após rir alto do próprio comentário ela olhou pra mim e supresa levou a mão a boca, depois meio sem graça disse a amiga que precisava ir ao banheiro.

Eu só consegui levantar da cadeira minutos depois, saí daquele lugar com as pernas trêmulas e com um coração que parecia pesar toneladas.

Eu havia viajado horas, eu havia andado quilômetros, eu havia cultivado esperanças, resgatado cartas, imaginado o reencontro milhares e milhares de vezes até descobrir que o fim vem para as pessoas em tempos diferentes e de formas diferentes.

Eu imagino o que outras pessoas teriam feito, eu admito que pensei que acabar morrendo enforcado no quarto de algum hotel barato seria um bom desfecho.

Mas ao invés disso, eu andei até a praia, contornando-a por inteiro, observando o céu cinza chumbo, os raios tímidos, a água... E então mergulhei. Deixei-me flutuar até meus dedos enrrugarem e ali no silêncio, aos poucos eu vi as nuvens se mexendo e por alguns minutos o céu azul me deu raios de sol que me fizeram sorrir.

Na vida há sempre duas escolhas e não importa quais as circunstâncias, você deve sempre escolher, você mesmo.