sábado, janeiro 02, 2010

Diários e Transtornos |1|

No Telhado.


Por ser admirador do caos, talvez eu seja também um alcoolatra
qualquer caindo nos mesmos erros, que costuma celebrar o nascer do
dia em cima do telhado depois da chuva, olhando
as nuvens que mudam de cor devagar no horizonte
é tudo tão azul e rosa e dourado...
Costumo ouvir a mesma música, costumo achar sempre
que conheço muito o mundo, costumo a fitar o céu sem fim
e pensar que uma hora tudo vai melhorar, mesmo sem ouvir ou ver
nada ou ninguém capaz de me dizer algo bom, eu sempre fui assim:
Decidido a depender apenas de mim.
A bebida agora é quente e amarga, tão diferente de como estava
a algumas horas atrás, quando este dia ainda estava longe de nascer
e eu ainda estava cercado de sorrisos e promessas de pessoas
que não importam.
Agora aqui, me sinto tão longe de toda aquela 'felicidade instantânea',
Tão longe de toda aquela loucura que faz o sangue correr pelas veias...
Tão longe de tudo e tão perto de mim.
Talvez eu seja como essa rua vazia e molhada, tão sombria quando
não há ninguém por perto e tão convidativa quando o sol surge e as pessoas
chegam.
Mas esse é um pensamento que quero abandonar, afinal apenas eu mesmo
importo pra mim e eu não posso sequer pensar que estou me sentindo só.
Termino a última garrafa, jogo fora o que restou do último cigarro.
O sol começa a aparacer,
Me despeço da noite e da sua magia, é hora de dormir.