sexta-feira, janeiro 22, 2010

O que sobrou depois da chuva.


(Um pouco de hoje, para que eu não esqueça.)

Hoje não havia sono algum que me fizesse parar de pensar;
Aquela chuva de madrugada marcou alguma coisa em mim...
Alguma espécie de ''passagem'', como no término de um ciclo.
Foi ontem, parada na rua vendo a noite terminar entre relampâgos,
raios e trovões
que eu disse para mim: Chega, agora acabou de vez.
Mesmo sem saber sobre o que eu mesma estava pensando eu entendi,
Algo tinha acabado ali.
E então eu vi o dia nascer tranquilo, depois daquele turbilhão de
pensamentos e acontecimentos.
As nuvens estavam passeando pelo céu, exibindo aquele frescor depois da chuva
numa mescla de branco brilhante, azul e cinza chumbo.
E eu apenas olhava o mundo e sentia aquele vento gelado alcançando
o meu corpo molhado e me fazendo sentir um frio que talvez fosse
bem mais de dentro para fora, do que de fora para dentro.
Foi nessa manhã que eu senti essa vontade, não pela primeira vez,
mas com certeza muito mais forte do que todas as outras vezes:
A vontade de ter o mundo, a vontade de ir embora,
a vontade de não querer voltar para lugar nenhum.
Hoje eu feri a quem mais amo, quando eu finalmente disse:
Em pouco tempo, eu já terei ido e não há ninguém no mundo que me faça ficar.
Mesmo sem saber como tudo vai acontecer, eu sei, agora eu sei melhor que antes:
Tudo vai mudar.

I am not your rolling wheels
Eu não sou suas rodas girando
I am the highway
Eu sou a estrada
I am not your carpet ride
Eu não sou seu tapete voador
I am the sky
Eu sou o céu
I am not your blowing wind
Eu não sou o vento soprando em você
I am the lightining
Eu sou o relâmpago
I am not your autumn moon
Eu não sou sua lua de outono
I am the night
Eu sou a noite...
The night...